quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Soneto para os quatro elementos.




A chuva cai e ataca o fogo, que por sua vez de tão machucado cai em brasas até as cinzas.
O vento se emploga e sopra para longe a energia daquilo que seria uma nova chama.
A terra acha engraçado e seca deixando o pobre fogo sem alimento.
E uma chama está muito longe da outra para conseguir se fortalecer.

Cansado de sofrer, resolve manter-se apagado e vaga por aí de pó em pó.
Controlado por todos aqueles que o destroem, não consegue crescer.
Sobrevive com pequenas faíscas, restos de pão, carne de quinta.
Em partículas cada vez menores e com voz debilitada

Tanto se lamentou, tanto uivou e muitas vezes quase se entregou.
Um dia a Lua conseguiu sentir seu pranto e o pouco de calor que lhe restava.
Chegou então mais perto para entender o sofrimento dessa alma que não mais se conhecia.

Apaixonou-se e ficou sem entender como conseguiu viver até agora sem o fogo.
Com seus raios, controlou vento, mar e terra que criaram a maior e mais bela chama.
E o fogo agora amando, cumpre a promessa de amor eterno com a lua.


Foto - Rafael Braescher

Produção - Wal Vieira e Renata Curry

Modelo - Gabriela Cury

Tratamento de imagem - Rafael Braescher

Poema - Rafael Braescher

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